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segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Novembro Azul: exame ajuda a determinar agressividade do câncer de próstata e a evitar realização desnecessária de biópsia

Informação é fundamental já que tumores com uma lenta evolução podem ser tratados apenas com acompanhamentos ou terapias menos invasivas

A campanha do Novembro Azul serve de alerta: mais de 68 mil casos de câncer de próstata serão diagnosticados no Brasil só em 2019, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Considerada uma doença da terceira idade, 75% dos casos no mundo afetam homens acima de 65 anos. Mas a detecção do tumor ainda em estágio inicial traz um prognóstico positivo para esses pacientes, já que as chances de cura chegam a 90%. E um exame disponível recentemente no Brasil pode ser um grande aliado no diagnóstico precoce da enfermidade: o Índice de Saúde da Próstata - o phi. Além de ser mais preciso que o PSA para diagnosticar a doença, o phi dá a médicos e pacientes uma informação essencial: o grau de agressividade do tumor.

Segundo o Dr. Adagmar Andriolo, patologista clínico da Unifesp, até então a análise da agressividade do tumor era feita apenas através da biópsia prostática, um exame invasivo e que pode provocar infecções, sangramento na urina e no sêmen. Acontece que o câncer de próstata é classificado pela escala de Gleason, que atribui uma pontuação de acordo as características do tecido retirado da próstata - quando o resultado da biópsia é igual ou superior a 7, o tumor é considerado muito agressivo. E estudos recentes indicam que o phi se correlaciona bem com essa escala, de tal forma que, com os resultados desse exame, é possível prever qual será o grau de agressividade do tumor antes mesmo da realização da biópsia. “Com essa informação em mãos, o médico consegue programar o melhor tratamento, que pode ser desde o acompanhamento até uma cirurgia com retirada total da próstata, a prostatectomia”, explica o Dr. Adagmar.

Em tumores menos agressivos, a opção de acompanhar a evolução da doença, sem uma intervenção cirúrgica imediata, é uma forma de garantir a qualidade de vida do paciente. “É preciso lembrar que a retirada da próstata é um tratamento invasivo, que traz risco de impotência e incontinência urinária”, alerta o médico.

Embora alguns tumores cresçam de forma rápida, levando inclusive à metástase, a maioria dos cânceres de próstata evolui de forma bem lenta, podendo levar até 15 anos para atingir 1cm³. São tumores que não provocam sintomas nem ameaçam a saúde dos homens. Assim como o PSA, o Índice de Saúde da Próstata é feito através de um simples exame de sangue. Ele faz um cálculo matemático de três marcadores presentes na amostra sanguínea: o PSA livre, o PSA total e o p2PSA. Essa combinação permite determinar com mais assertividade as chances do paciente ter câncer e reduz em até 30% a necessidade de realização de biópsia.